EVITANDO A GRAVIDEZ INOPORTUNA NA ADOLESCÊNCIA
O cochicho se espalha pela escola.
É verdade, ela está grávida mesmo? De quem?
Com essas interrogações, volta à tona um velho dilema - a gravidez na adolescência.
Antigamente, quando pintava a primeira menstruação, as garotas já iam sendo preparadas para "noivar e casar", pulando-se até a fase do namoro, tão importante como período de descobertas mútuas e não de compromisso formal.
Hoje, até os termos "rolo" e "ficar" evidenciam que a fase pré-namoro foi ampliada e os jovens podem transitar por relacionamentos menos duradouros.
Além disso, a primeira menstruação e a primeira ejaculação estão ocorrendo mais cedo do que antigamente, aumentando, portanto, o período de tempo fértil dos adolescentes.
Não acompanhando as mudanças sociais, ainda há mães e pais que não conversam com os filhos sobre o que pensam a respeito de sexo.
Outro fato evidente é o início cada vez mais cedo das relações sexuais entre os jovens, muitas vezes fruto de empolgação ou do momento. Esse comportamento nem sempre vem acompanhado de informações sobre o funcionamento do próprio corpo, sobre os métodos anticoncepcionais ou do uso correto desses métodos.
Cabe a nós, pais e educadores, proporcionar e manter um canal aberto com os adolescentes, para conversarmos sobre a vida sexual, a escolha dos métodos anticoncepcionais, a importância da qualidade e da responsabilidade nos relacionamentos afetivos, para que o jovem reflita sobre as implicações de uma gravidez fora de hora e sem planejamento.
No momento em que o adolescente perceber a sua sexualidade como um processo de co-responsabilidade, afeto e comprometimento com o outro, através de informações adequadas, reflexões, mudanças de atitude e conscientização do seu projeto de vida, o cochicho na escola pode acabar.
DINÂMICA: CUIDANDO DO NINHO
Objetivo:
Trabalhar com o grupo as questões que estão envolvidas na maternidade/paternidade precoce e na responsabilidade de suas ações.
Procedimento:
1- Trazer um ovo para a escola.
2- Personalize seu ovo como se fosse seu bebê, pintando um rosto, fazendo-lhe um ninho
3- De um nome para seu bebê-ovo.
4- Compromisso: a) Apresentarem o “bebê-ovo” aos familiares como o mais novo integrante da família.
b) Levarem seu "bebê-ovo" a todos os lugares que forem, cuidando, protegendo como se fosse “filho”, pelo tempo de sete dias.
5- Anotar os depoimentos e as histórias ocorridas com o "bebê" e com o participante diariamente, montando um relatório.
6- Fazer uma conclusão, descrevendo como foi ser “pai” ou “mãe”.
DECLARAÇÕES DE ALGUNS ALUNOS:
Dá pra perceber que não é como a gente pensa ser. Tipo a gente pensa que é fácil, mas não é. Um adolescente não tem responsabilidade suficiente para cuidar de um filho. Não é nada fácil.
Ser pai foi bom por ter aprendido várias coisas, como ter responsabilidades, cuidados, sentir na pele como é ter um filho, levar para todos os lugares. Enfim eu aprendi a ter cuidado.
Muito difícil, tem que dar atenção, cuidar, levar para todos os lugares. E mãe adolescente é muito mais difícil. Mas têm também as alegrias, as brincadeiras. Uma conclusão que eu tirei de tudo isso é que não estou preparada para ser mãe, um adolescente não tem responsabilidade para cuidar e educar uma criança.
Foi muito difícil porque tinha que levar para todos os lugares ai todo mundo ficava perguntando, e tinha que ter muita responsabilidade.
IMAGENS DO PROJETO:
Muito legal! Estamos trabalhando com esta dinâmica numa escola da nossa área de abrangência de Saúde da Família no Bairro Linhares em Juiz de Fora-MG. Depois conto como foi a nossa!
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